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A Aliança Francesa apresenta a exposição

“O Caminho”, das artistas Pauline Rousseau e Kamila K Stanley

A abertura dia 16 de novembro (quinta-feira), às 18h30, na galeria da Aliança Francesa Botafogo.
A exposição faz parte do calendário oficial da 16a edição do FotoRio.

A Aliança Francesa apresenta a exposição “O Caminho”, das artistas Pauline Rousseau e Kamila K Stanley, selecionadas na 2ª edição do programa de residência de mesmo nome, para desenvolver seus trabalhos fotográficos no Brasil. A abertura acontece na quinta-feira 16/11, a partir das 18h30, na galeria da Aliança Francesa Botafogo. A exposição faz parte do calendário oficial da 16a edição do FotoRio.

 

O programa “O Caminho” promovido pela Villa Tijuca é uma iniciativa da rede das Alianças Francesas do Brasil e do Réseau Diagonal, em parceria com Air France e Festival Foto Rio, com o apoio do Institut Français e da Embaixada da França no Brasil.

A mostra exibe as séries fotográficas produzidas pelas artistas visuais antes da residência artística.

A fotógrafa francesa Pauline Rousseau apresenta três séries: “Les Muscles, “Vestiaire” e “La séance”. Juntas, elas fazem parte de um projeto de pesquisa teórica e visual intitulado “Débandade”, que analisa o gênero e, mais especificamente, a masculinidade hegemônica e suas representações, a partir de uma perspectiva feminista.
A Débandade é uma busca com um protocolo duvidoso. Ela não é realizada sem humor, medo, atração, tensão, ternura, erotismo e conflito”, explica a fotógrafa.
Essas diferentes obras e séries questionam o “olhar feminino” e as representações tradicionalmente associadas à masculinidade dominante. Ao frustrar as
expectativas e desafiar essas representações, possibilitamos e nos envolvemos em um processo de desconstrução.
O programa “O Caminho” promovido pela Villa Tijuca é uma iniciativa da rede das Alianças Francesas do Brasil e do Réseau Diagonal, em parceria com Air France e Festival Foto Rio, com o apoio do Institut Français e da Embaixada da França no Brasil.
A mostra exibe as séries fotográficas produzidas pelas artistas visuais antes da residência artística.

Pauline-Rousseau-Les-Muscles-Les gants-HD (1)

Segundo Pauline Rousseau, “Les Muscles” (Os Músculos), concluída em 2023 será apresentada pela primeira vez nesta exposição. Nesta série, ela usou uma câmera fotográfica do século XIX: colódio úmido em uma placa de ferro ou ferrótipo. As imagens foram então reproduzidas digitalmente para produzir impressões de grande formato usando uma técnica industrial: impressão direta em alumínio escovado. As obras são o resultado de um conjunto de processos complexos e experimentais que combina técnicas antigas analógicas, passando pelo digital, e uma técnica de impressão contemporânea.
No entanto, o principal objetivo daqueles que o praticam é atingir seu ideal estético final.

 

 “Para muitas pessoas, o mundo do fisiculturismo é assustador ou quase monstruoso. No entanto, o principal objetivo daqueles que o praticam é atingir seu ideal estético final”, comenta Pauline.

 

Esta série levanta a questão do que é belo, mas também dos critérios de beleza em constante mudança, herdados diretamente da antiguidade greco-romana. Ela questiona o “olhar feminino”, mas também a complexa relação entre fotógrafo e modelo. Ao aparecer nas imagens e posar com os modelos, o fotógrafo afirma o poder performativo da fotografia, entre jogos e transgressões”, afirma a fotógrafa.

 

Em “Vestiaire” (Vestiário): Os ladrilhos do piso são pretos e brancos e, em alguns lugares, a tinta e o gesso das paredes estão descascando, revelando o branco por baixo. A mobília é básica. Não há nada de grandioso nisso, nenhuma iluminação de Hollywood, nenhum boxeador musculoso dominando com sua força física. Não há vitórias sensacionais.

Os corpos estão cansados, às vezes frouxos, revelando um tipo de vulnerabilidade. Os modelos são adolescentes ou jovens adultos, na idade em que os corpos e as personalidades estão mudando.

Mais do que o boxe em si, o que brilha nestes retratos são as falhas, o momento em que baixamos a guarda, a delicada oscilação dessa idade crucial.

La Séance de Pose” (A Sessão de Poses) é uma peça sonora com duração de cerca de 1min30. Essa obra questiona o relacionamento com o modelo, subvertendo o esquema usual: homem/fotógrafo/artista/criador/dominante versus/ mulher/passiva/modelo/musa/dominada.

Em um jogo irônico, ligeiramente erótico e cruel de dominação, a fotógrafa usa sua voz para dirigir um modelo masculino.

 

Já a fotógrafa anglo-polonesa Kamila K Stanley, que vive na França desde os 6 anos de idade apresenta a série Tenha Orgulho (“Sois Fier.e” em francês) vencedora do Prêmio SAIF 2023, com retratos de pessoas LGBTQIA+ e fotografias da flora brasileira. A série busca tornar visível uma comunidade marginalizada em uma sociedade em chamas, em que ainda há muito a ser reconstruído. Mas também é uma história de esperança; o testemunho de uma comunidade que é tão desarmada quanto desarmante. Em um mundo onde a intolerância está ganhando terreno, temos muito a aprender. É uma resistência comovente e terna: a do amor em uma época de ódio.

 

Iniciado em 2018, primeiramente em um círculo íntimo, o projeto cresceu ao longo de quatro anos, durante os quais Kamila viajou por todo o Brasil. Kamila reúne depoimentos e entra, humildemente, na intimidade das pessoas que fotografa, distanciando-se dos estereótipos da cultura queer latina: corpos hipersexualizados ou a precariedade fetichizada da prostituição e do vício em drogas.

 

“Cada retrato tem a intenção de refletir uma imagem da qual a pessoa retratada se orgulha”, diz Kamila.

 

Kamila K Stanley grava depoimentos em áudio com cada pessoa fotografada.

 

Os retratos são intercalados com imagens da rica fauna brasileira, sugerindo um paralelo entre a violência infligida pelo homem às populações LGBTQIA+ e a violência infligida aos seres vivos (desmatamento da Amazônia, destruição da biodiversidade), fruto de toda uma construção social de opressão patriarcal.

Para a série Tenha Orgulho, Kamila K Stanley também fez um curta-metragem Super8 de mesmo nome, explorando a relação entre o corpo, o movimento e a dança na cultura queer.

 

Por fim, a série inclui faixas de ráfia, um elemento emblemático da cultura gráfica brasileira e um verdadeiro estandarte popular. Essas faixas, pintadas à mão por artesãos, em lona revestida de plástico, são encomendadas por particulares para promover qualquer mensagem, de anúncios a pedidos de casamento. Penduradas como outdoors em todo o país, as faixas também têm uma tipologia específica, pintadas em cores vivas e primárias. Desejando desviar esses códigos para se reapropriar do espaço público, Kamila K Stanley encomendou faixas com frases escolhidas por seus amigos gays fotografados para o projeto. Juntos, eles içaram as faixas em lugares simbólicos.

 

A inauguração irá contar com uma visita guiada na companhia das duas artistas, seguida de uma programação de música, dança e festividades.

 

Kamila K STANLEY – Portrait – Junior – Tenha Orgulho

Sobre Pauline Rousseau

Pauline Rousseau é uma artista francesa que vive atualmente em Paris.
Sua formação inicial foi em história da arte. Estudou na École du Louvre por 4 anos, graduando-se em 2012. No ano seguinte, foi admitida na École Nationale Supérieure de la Photographie em Arles. Em 2016, obteve seu diploma de Mestre II e, em seguida, concluiu um curso de pós-graduação no International Center of Photography em Nova York, graças a uma bolsa de estudos. Nesse mesmo ano, ela também foi premiada com a Carte Blanche pelo PSG e indicada para o Bourse du Talent pela BNF.
Seu trabalho foi exibido no âmbito do evento Rencontres Internationales de la Photographie em Arles (2016-2019-2022), na galeria Agnès b em Paris, na Fundação Yvon Lambert em Avignon, na Alliance Française em Cingapura, no Centre Culturel Franco-Nigérien em Niamey, no Musée des Beaux-Arts em Draguignan, no Atrium Tropiques na Martinica e no Palais de Tokyo em Paris.
Ela publicou dois livros com a Éditions Dilecta em 2018. Em 2023, Pauline Rousseau ganhou o prêmio Mentorat des Filles de la Photo e foi convidada pelo Centre Pompidou para participar do projeto Amour(s). Sua performance Homonyma foi apresentada na Philharmonie de Paris e no Bozar, em Bruxelas.
Além de seu trabalho visual, a artista está desenvolvendo uma pesquisa teórica sobre gênero a partir de uma perspectiva feminista. Ela foi convidada pela Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (2023), pelo Museu Rodin (2019), pela La Monnaie de Paris (2018), pela rádio RFI (2018) e France Culture (2018) e pelo CAPC de Bordeaux (2016), para apresentar seu trabalho plástico e teórico.

Sobre Kamila K Stanley

amila K Stanley é uma fotógrafa anglo-polonesa que vive na França desde os 6 anos de idade. Essa justaposição de culturas desde a infância deu origem a um fascínio pela linguagem, pelo diálogo e pelo intercâmbio. Depois de concluir seu bacharelado em Marseille, ela passou a estudar idiomas (português e espanhol). Isso levou a um intercâmbio universitário na Universidade Federal do Rio de Janeiro e marcou o início de uma grande paixão pelo Brasil. Formada em Estudos Latino-Americanos, Kamila aprendeu fotografia como autodidata, enquanto viajava pelo mundo. Hoje, Kamila K Stanley é fotógrafa profissional há seis anos. Ela é representada pela agência BIRTH, em Paris, e pela Making Pictures, em Londres.
Sua série pessoal “Tenha Orgulho” recebeu o Prêmio SAIF 2023 e foi convidada a participar de exposições coletivas como LES FEMMES S’EXPOSENT e Les Rencontres Photo du 10e. O trabalho de Kamila também foi tema de exposições individuais, principalmente na Maison des Photographes e na Mairie du 9e, em Paris, e no Musée de Louviers, na Normandia.

 

Kamila publicou seu primeiro livro fotográfico, “FANTASMAS”, em 2017. Ela traz um retrato de um Rio de Janeiro profundamente impactado pelos Jogos Olímpicos.

Suas fotos foram publicadas por Le Parisien, Les Inrocks, Fisheye Magazine, Konbini, Réponses Photo, TIME, The Huffington Post, The British Journal of Photography, The Guardian, VICE e i-D.

Apresentação do programa “O Caminho”

A rede das Alianças Francesas no Brasil e a rede Diagonal, com o apoio do Instituto Francês e da Embaixada da França no Brasil, lançam a segunda edição do programa “O Caminho”, com o objetivo de valorizar e promover o panorama fotográfico francês no Brasil. O programa está dividido em duas partes: uma residência de pesquisa de um mês no Brasil e a produção de uma exposição na galeria da Aliança Francesa do Rio de Janeiro que circulará na rede de Alianças Francesas no Brasil e seus parceiros (galerias, museus, etc.).

Idealizado num espírito de diálogo entre culturas e pontos de vista sobre o nosso mundo contemporâneo, o projeto visa incentivar o intercâmbio entre profissionais do setor fotográfico e iniciar um diálogo cultural rico e frutuoso entre a França e o Brasil.

 

Sobre a Villa Tijuca:

A Villa Tijuca, com seu nome tirado do bairro, é um projeto de espaço de “recursos” para as residências entre a França e o Brasil. Este projeto é uma iniciativa da Aliança Francesa do Rio de Janeiro. A “vila de território” com vocação nacional é pensada como um primeiro passo de um dispositivo de residências ainda mais vasto, que poderá ser aplicado tanto no Rio de Janeiro como em outras cidades brasileiras.

Através das convocatórias concebidas pelas junções e parcerias com instituições culturais dos dois países, este “ecossistema” de iniciativas e ideias incentiva a implementação de residências de pesquisa, experimentação e criação, estando sempre acessível a todos os públicos.

A Villa é aberta ao diálogo de culturas e busca incitar e apoiar as co-criações entre artistas lusófonos e francófonos, tanto no Brasil como na França.

 

Sobre a Aliança Francesa:

Com 137 anos de atividades no Brasil, a Aliança Francesa é uma referência no idioma e, sem dúvida, a instituição mais conhecida do mundo, quando o assunto é a difusão da língua francesa e das culturas francófonas. Possui, atualmente, mais de 830 unidades em 132 países, onde estudam cerca de 500.000 alunos. Na França, conta com escolas e centros culturais para estudantes estrangeiros e no Brasil possui a maior rede mundial de Alianças Francesas, com 37 associações e 68 unidades. É a única instituição no Brasil autorizada pela Embaixada da França a aplicar os exames que dão acesso aos diplomas internacionais DELF e DALF, reconhecidos pelo Ministério da Educação Nacional francês. A Aliança Francesa também é centro de exames oficial para aplicação de diversas modalidades do TCF, destinado ao público não francófono que deseja validar de maneira simples e segura seus conhecimentos de francês por razões pessoais, profissionais ou de estudo e que vale 2 anos.

Serviço:

Local: Galeria da Aliança Francesa Botafogo – Rua Muniz Barreto, 746
Data de abertura: 16/11/2023 às 18h30
Período de abertura da exposição: 16 de novembro 2023 até 24 fevereiro 2024
Entrada gratuita, ingressos no Sympla > https://www.sympla.com.br/evento/abertura-da-exposicao-o-caminho/2240667

 

www.rioaliancafrancesa.com.br
https://www.facebook.com/aliancafrancesarj
https://www.youtube.com/user/aliancafrancesarj
https://www.instagram.com/rioaliancafrancesa/

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O Caminho”, das artistas Pauline Rousseau e Kamila K Stanley

Galeria da Aliança Francesa Botafogo a Muniz Barreto, 746, Rio de Janeiro

A Aliança Francesa apresenta a exposição “O Caminho”, das artistas Pauline Rousseau e Kamila K Stanley. A abertura dia 16 de novembro (quinta-feira), às 18h30, na galeria da Aliança Francesa Botafogo. A exposição faz parte do calendário oficial da 16a edição do FotoRio.

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